domingo, 24 de março de 2019

Segredos de enoque

Palavra Que Salva Livro dos Segredos de Enoque  palavraquesalva 4 anos ago Anúncios  Este Livro-Sagrado não faz parte do Cânon Bíblico e seu conteúdo, em parte, ao longo da história humana, pode ter sido alterado ou gerado de forma fantasiosa. O propósito aqui é fornecer conhecimento sobre a origem das Heresia absorvidas pelas diversas Linhas-Religiosas, assim como também encorpar Verdades que o Cânon-Bíblico deixou a desejar. O fato de um livro apócrifo ter sido escrito já na era cristã, e não na remota antiguidade, não significa dizer que tal “livro” (escrito ou oral) não tenha existido, pois nossos antepassados costumavam repassar, oralmente ou em rabiscos aleatórios, todas as informações para gerações sucessoras. Gênesis é um caso típico, pois, certamente, após um rigoroso apanhado de revelações antigas e inspirado divinamente, Moisés o escreveu. Muito se questiona sobre o porquê de livros da antiguidade não fazerem parte da Bíblia, mas a resposta é muito simples: Uma vez que Gênesis já contém toda coletânea necessária ao nosso conhecimento, e que o Pentateuco inicia-se no Êxodo de Israel, e que nosso atual Livro Sagrado (Bíblia) tem alicerce no Pentateuco, seria ingerência adicionar à Bíblia “livros” ou “ditos orais” anteriores ao Êxodo. Livro dos Segredos de Enoque. [Capítulo 1] [1] HAVIA UM SÁBIO, um grande artífice, e o Senhor dedicou-lhe seu amor e o recebeu, a ponto de fazê-lo testemunhar as mais altas moradas dos maiores e mais sábios e imutáveis reinos do Todo-Poderoso, das mais maravilhosas, gloriosas e brilhantes estações de muitos olhos dos servidores do Senhor, e o inacessível trono do Senhor; e os graus e manifestações e hostes incorpóreas e o inefável ministério e a multidão de elementos, e as várias aparições e o canto indizível das hostes dos Querubins, e a luz infinita. [2] Naquele tempo, disse ele, quando completei cento e sessenta e cinco anos, gerei meu filho Matusalém. [3] Depois disso, vivi duzentos anos e, ao todo, minha vida foi de trezentos e sessenta e cinco anos. [4] No primeiro dia do primeiro mês, estava eu sozinho em minha casa descansando no meu leito, quando adormeci. [5] E quando estava adormecido, uma grande tristeza tomou conta de meu coração e chorei durante o sono, e não podia entender que tristeza-era aquela, ou o que iria acontecer-me. [6] E então me apareceram dois homens, extraordinariamente grandes, como eu nunca vira antes na terra; suas fáces resplandeciam como sol e os seus olhos eram como uma chama, e de seus lábios saía um canto e um fogo, variados, cor violeta na aparência; suas asas eram mais brilhantes que o ouro, suas mãos, mais brancas que a neve. [7] Eles estavam em pé, na cabeceira de meu leito, e puseram-se a chamarme pelo nome. [8] Acordei e vi claramente aqueles dois homens, de pé, em minha frente. [9] E saudei-os e fui tomado de medo, e meu semblante transformou-se pelo terror, e os homens disseram: [10] “Tem coragem, Enoque não temas; o Deus eterno nos mandou a ti e, vê! tu hoje deverás subir aos céus conosco, e deverás dizer a teus filhos e aos da tua família tudo o que deverão fazer na casa durante tua ausência na terra, e não os deixes procurar-te até que o Senhor te devolva a eles. [11] E não me demorei em obedecê-los e saí de minha casa, como me foi ordenado, chamei meus filhos Matusalém, e Regim, e Gaidad, e contei-lhe todas as maravilhas que me haviam dito aqueles homens. [Capítulo 2] A instrução: de como Enoque instruiu seus filhos. Ouvi-me, meus filhos, não sei aonde vou, ou o que será de mim; entretanto, digo-vos: não vos desvieis de Deus para os vaidosos, que não criaram o Céu e a terra, pois que perecerão junto com os que os adoram, e que o Senhor vos torne confiantes em vosso coração, no temor a Ele. E agora, meus filhos, não deixeis que pensem em me buscar, até que O Senhor me devolva a vós”. [Capítulo 3] Da assunção de Enoque: de como os anjos o levaram ao primeiro céu. Aconteceu que, depois de Enoque ter falado com os filhos, os anjos o levaram em suas asas ao primeiro céu, e o puseram nas nuvens. E aí eu olhei, e olhei outra vez mais para o alto e vi o éter, e eles me puseram no primeiro céu e me mostraram um grande mar maior que o mar da terra. [Capítulo 4] De como os anjos dirigem as estrelas. Trouxeram até mim, os anciãos e os dirigentes das ordens estelares, e mostraram-me duzentos anjos que dirigiam as estrelas e suas funções nos céus, e voaram com suas asas e apareceram todos que navegam. [Capítulo 5] De como os anjos mantêm os depósitos de neve. E aí olhei para baixo e vi as tesourarias da neve, e os anjos que mantêm seus terríveis depósitos, e vi as nuvens que dali saem e para onde vão elas. [Capítulo 6] O orvalho e o azeite e várias flores. Eles me mostraram a tesouraria do orvalho, tal qual azeite de oliva, e a sua forma, assim como todas as flores da terra; além disso, os muitos anjos que guardavam a tesouraria dessas coisas, e como fazem para abrir e fechar. [Capítulo 7] De como Enoque foi levado para o segundo céu. [1] E aqueles homens me tomaram e me conduziram ao segundo céu, e me mostraram as trevas, mais escuras que as da terra, e eu vi prisioneiros atados, vigiados, que aguardavam o grande e infinito julgamento, e esses anjos eram escuros, mais escuros que a escuridão da terra, e os faziam chorar incessantemente, o tempo todo. [2] E eu disse aos homens que estavam comigo: “Por que motivo estão eles sendo torturados sem parar?” Eles me responderam: “Estes são os infiéis a Deus, que não obedeceram aos mandamentos de Deus, mas que se aconselharam segundo sua própria vontade, e se foram com seu príncipe que também está acorrentado no quinto céu”. [3] Senti muita pena deles, e eles me saudaram e me disseram: “Homem de Deus, ora por nós ao Senhor”. E eu lhes respondi: “Quem sou eu, um mortal, para que possa orar aos anjos? Quem sabe para onde vou e o que será de mim? Ou quem rezará por mim?” [Capítulo 8] [1] E aqueles homens me tomaram, então, e me conduziram ao terceiro céu, e lá me puseram: e olhei para baixo e vi os produtos daquele lugar, que jamais foram conhecidos. [2] E vi as mais doces árvores floridas e olhei seus frutos e os alimentos que produziam, e todos exalavam as mais doces fragrâncias. [3] E no meio daquelas árvores, a da vida, naquele lugar onde Deus descansa quando vai para o paraíso; e essa árvore é de uma qualidade e fragrância inefáveis, e mais adornada do que qualquer coisa que existe; e de todos os lados é como o ouro e o cinabre e o fogo, e ela tudo cobre e há proveito de todos os frutos. [4] Sua raiz está no jardim no fim da terra. [5] E o paraíso está entre corruptibilidade e a incorruptibilidade. [6] E de suas fontes brotam mel e leite, e de seus jorros saem óleo e vinho, e eles se separam em quatro partes e vão dar no Paraíso Do Éden, entre a corruptibilidade e a incorruptibilidade. [7] E dali elas vão à terra, sofrem uma revolução em seu círculo, transformando-se até em outros elementos. [8] E aqui não há árvore; sem frutos, e todo o lugar é abençoado. [9] E há trezentos anjos muito brilhantes que guardam o jardim, e com um incessante, doce canto, e com vozes que nunca silenciam, servem o Senhor todas as horas e todos os dias. [10] E eu disse: “Quão doce é este lugar!” E aqueles homem me disseram: [Capítulo 9] De como mostraram a Enoque o lugar dos justos e dos mansos. “Este lugar, ó Enoque, é preparado para os justos, o que se abstêm de todas as formas das ofensas que vêm daqueles que exasperam sua alma, que preservam seus olhos da iniqüidade e que fazem julgamentos justos, que levam pão aos famintos e cobrem de vestes os nus e levantam os que caíram, que ajudam os órfãos e que andam sem mácula diante do Senhor, e somente a Ele servem. E para estes é preparado este lugar de herança eterna.” [Capítulo 10] Aqui eles mostraram a Enoque o lugar terrível e as várias torturas. [1] E aqueles dois homens me tomaram e me conduziram ao Norte, e me mostraram um lugar terrível onde havia todas as maneiras de torturas: trevas e escuridão sufocantes, nenhuma luz havia lá, mas um fogo escuro constantemente ardia no alto. E havia um rio de fogo que corria, e por todo o lugar havia fogo, e por todo lugar havia geada e gelo, sede e tremores, enquanto que as penas eram muito cruéis. Os anjos temíveis e impiedosos portavam armas terríveis e infligiram torturas tenebrosas, e eu disse: [2] “Ai, ai, quão terrível é este lugar!” [3] E aqueles homens me disseram: “Este lugar, ó Enoque, é preparado para os que desonram Deus, que na terra praticam o pecado contra a natureza, que corrompem a criança pela sodomia, feitiçaria demoníaca e encantamentos. E aqueles que apregoam seus feitos maldosos, roubo, mentiras, calúnias, inveja, rancor, fornicação, assassinato, e aqueles que, amaldiçoados, roubam as almas dos homens, que, vendo os pobres, tiram-lhes seus bens; aqueles que, sendo capazes de satisfazer o vazio, deixam os famintos morrer à míngua. sendo capazes de vestir, despem-os nus; e aqueles que não conheceram seu criador, e curvaram a cabeça para deuses sem vida, que não podem nem ver nem ouvir, deuses vaidosos, que também moldaram imagens com muito esforço e curvaram-se a obras imundas; para todos estes é preparado este lugar, em meio aos outros lugares, para a herança eterna.” [Capítulo 11] Aqui tomaram Enoque e o levaram ao quarto céu, onde está o curso do sol e da lua. [1] Aqueles homens me tomaram e conduziram-me ao quarto céu e me mostraram os sucessivos acontecimentos, e todos os raios da luz do sol e da lua. [2] E eu medi seus movimentos e comparei suas luzes, e vi que a do sol é maior que a da lua. [3] Seu ciclo e suas órbitas, nos quais eles sempre se movimentam, como um vento de uma velocidade maravilhosa, e o dia e a noite têm um rápido trânsito. [4] Sua passagem e seu retorno são acompanhados por quatro grandes estrelas, e cada estrela tem sob seu controle mil outras estrelas, à direita da órbita do sol, e quatro à esquerda, cada uma tendo o controle de mil estrelas, ao todo oito mil, seguindo continuamente com o sol. [5] E de dia, quinze miríades de anjos o assistem e à noite, mil. [6] E seis alados seguem com os anjos diante da órbita do sol em suas chamas flamejantes, e cem anjos acendem o sol. [Capítulo 12] Os muitos e magníficos elementos do sol. [1] E eu olhei e vi outros elementos voadores do sol, cujos nomes são Fênix e Chalkydri, maravilhosos e magníficos, com pés e caudas na forma de leão, cabeça de crocodilo, e sua aparência escarlate é como o arco-íris; seu tamanho é de novecentas medidas, suas asas são como as dos anjos, cada um tem doze, e atendem e acompanham o sol dando calor e orvalho tal como lhes foi ordenado por Deus. [2] Assim, o sol gira e vai, e levanta sob a terra, e seu curso vai embaixo da terra com a luz incessante de seus raios. [Capítulo 13] [1] Os anjos tomam Enoque e o põem no leste, nos portais do sol. Estes homens levaram-me para o leste e me puseram nos portais do sol, para onde o sol se dirige de acordo com a regulamentação das estações e do circuito dos meses do ano todo, e o número de horas do dia e da noite. [2] E vi seis portões abertos, cada um com sessenta e um estádios e um quarto de um estádio, e eu realmente o medi, e entendi o porquê desse tamanho tão grande, através do qual o sol se dirige para o oeste, equilibra-se e se levanta durante todos os meses e torna a voltar aos seis portões de acordo com a sucessão das estações; assim o período de um ano completo termina depois da volta das quatro estações. [Capítulo 14] Levaram Enoque para o oeste. [1] E outra vez aqueles homens conduziram-me às paragens do oeste e me mostraram seis grandes portões, que correspondem aos portões do leste, lado oposto onde o sol se põe de acordo com o número de dias, trezentos e sessenta e cinco e um quarto. [2] Assim, outra vez eleva, vai para os portões do oeste e retira sua luz, a grandiosidade de seu brilho, e vai para baixo da terra e enquanto a coroa de seu brilho está no céu com o Senhor guardada por quatrocentos anjos, o sol gira em sua órbita de baixo da terra, e fica sete horas da noite, e passa metade de seu curso debaixo da terra, quando então vem do lado leste na oitava hora da noite, traz sua luz, a coroa do brilho e o sol ardem em chamas mais que o fogo. [Capítulo 15] Os elementos do sol, as Fênix e Chalkydri irromperam em uma canção. [1] Então os elementos do sol, chamados Fênix e Chalkydri, irromperam em uma canção; conseqüentemente, cada pássaro bateu suas asas, rejubilando-se por aquele que dá a luz, e irromperam em um cântico ao comando do Senhor. [2] O que dá a luz vem para dar claridade ao mundo todo, e a sentinela da manhã toma forma, que são os raios do sol, e o sol da terra nasce, e ela recebe o brilho que a ilumina toda, e eles me mostraram os cálculos do caminho do sol. [3] E os portões nos quais ele entra, estes são os grandes portões do cômputo das horas do ano; por essa razão o sol é uma grande criação, cujos circuitos duram vinte e oito anos, para recomeçar do início. [Capítulo 16] Tomaram Enoque outra vez e o puseram ao leste, no curso da lua. [1] Aqueles homens mostraram-me outro curso, o da lua; doze grandes portões, coroados de oeste a leste, pelo qual a lua vai e vem nos tempos usuais. [2] Ela entra no primeiro portão do lado oeste do sol, pelo primeiro portão com trinta e um dias exatamente, pelo segundo portão com trinta e um dias exatamente, pelo terceiro com trinta e um dias exatamente, pelo quarto com trinta e um dias exatamente, pelo quinto com trinta e um dias exatamente, pelo sexto com trinta e um dias exatamente, pelo sétimo com trinta e um dias exatamente, pelo oitavo com trinta e um dias exatamente, pelo nono com trinta e um dias exatamente, pelo décimo com trinta e um dias exatamente, pelo décimo primeiro com trinta e um dias exatamente, pelo décimo segundo com vinte e oito dias exatamente. [3] E ela vai através do portão do oeste na ordem e número do leste, e cumpre os trezentos e sessenta e cinco dias e um quarto do ano solar, enquanto que o ano lunar tem trezentos e cinqüenta e quatro dias, e ficamlhe faltando doze dias do ciclo solar, que são as fases lunares de um ano. [4] Assim, também, o grande ciclo tem quinhentos e trinta e dois anos. [5] O quarto de um dia é omitido por três anos, e o quarto ano o completa exatamente. [6] Por isso, eles são tirados do céu por três anos e não são adicionados ao número dos dias porque eles acrescentariam dois novos meses a um ano, no sentido de complementação, e tirariam outros dois, no sentido de diminuição. [7] E quando os portões do oeste terminam, ela volta e vai ao leste para a luz, e vai desse modo pelos ciclos celestes dia e noite, mais baixo que todos os ciclos, mais rápido que os ventos dos céus, e espíritos e elementos e anjos voando; cada anjo tem seis asas. [Capítulo 17] Dos cânticos dos anjos, que é impossível descrever. No meio dos céus eu vi soldados armados, servindo o Senhor, com tímpanos e órgãos, com vozes incessantes, com doces vozes, com doces e incessantes vozes e vários cânticos, que é impossível de descrever, e que assombra qualquer inteligência, de tão magnífico e maravilhoso que é o cântico daqueles anjos, e eu estava encantado ouvindo-o. [Capítulo 18] De como Enoque foi levado ao quinto céu. [1] Os homens levaram-me ao quinto céu e lá me puseram, e vi muitos e incontáveis soldados, chamados Grigori, de aparência humana, e eram maiores que os maiores gigantes e suas fáces eram sem viço e o silêncio de suas bocas, perpétuo, e não havia qualquer serviço no quinto céu, e eu disse aos homens que estavam comigo: [2] “Por que eles são tão sem viço e suas faces melancólicas, suas bocas silenciosas, e por que não há serviço neste céu?” [3] Eles me disseram: “Estes são os Grigori, que com seu príncipe Satanás rejeitaram o Senhor da Luz, e atrás deles estão os que são mantidos nas grandes trevas do segundo céu, e três deles foram para a terra vindos do trono do Senhor, para o Ermon, e quebraram seus votos nas encostas da colina do Ermon, e viram como eram bonitas as filhas dos homens e tomaram-nas por esposas e sujaram o mundo com suas obras, e durante todo o tempo de sua estada cometeram ilegalidade e promiscuidade, e nasceram gigantes e impressionantes homens grandes e grandes inimizades. [4] E por isso Deus julgou-os com um grande julgamento e eles choraram por seus irmãos e serão punidos no grande dia do Senhor. [5] E eu disse aos Grigori: “Eu vi vossos irmãos e suas obras e seus grandes tormentos, e rezei por eles, mas o Senhor condenou-os a estar embaixo da terra até o céu e a terra se acabarem”. [6] E eu disse: “Por que razão esperais, irmãos, e não servis diante da face do Senhor e por que não pusestes vossos serviços diante da face do Senhor, para que o Senhor não se enraivecesse tanto?” [7] E eles ouviram minhas admoestações e falaram para as quatro ordens do céu, e vede! enquanto eu estava com esses dois homens, quatro trombetas soaram juntas bem alto, e os Grigori irromperam em um cântico uníssono, e suas vozes foram até o Senhor cheias de piedade e afeição. [Capítulo 19] De como Enoque foi levado ao sexto céu. [1] E então aqueles homem tomaram-me e me puseram no sexto céu, e lá vi sete grupos de anjos, muito brilhantes e gloriosos, e suas faces brilhavam mais que o sol resplandecendo e não havia diferenças em suas faces, comportamento ou maneira de vestir-se; e eles fazem as ordens e aprendem o movimento das estrelas, a alteração da lua ou a revolução do sol e o bom governo do mundo. [2] E, quando eles vêem coisas ruins, fazem os mandamentos e dão instruções e cânticos doces e altos, e todos são cânticos de louvor. [3] Esses são os arcanjos, que estão acima dos anjos, e eles avaliam toda a vida no céu e na terra e os anjos que estão designados para as estações do ano, os anjos que cuidam dos rios e dos mares, e os que cuidam dos frutos da terra, e os que cuidam de toda a vegetação, dando comida para todos, e os anjos que anotam todas as almas dos homens e todos os seus feitos e todas as suas vidas diante da face do Senhor; em meio deles estão seis Fênix e seis querubins e seis com seis asas, continuamente com uma voz cantante, e não é possível descrever seus cânticos e seu júbilo diante do Senhor, aos pés do Senhor. [Capítulo 20] Então levaram Enoque para o sétimo céu. [1] E aqueles dois homens levaram-me até o sétimo céu, e lá vi uma grande luz e as flamejantes hostes dos grandes arcanjos, milícias incorpóreas, e dominações, ordens e governos, querubins e serafins, tronos e alguns de muitos olhos, nove regimentos, as estações de luz Ioanitas, e tive medo, e comecei a tremer com grande terror, e aqueles homens tomaram-me e me conduziram e me disseram: [2] “Tem coragem, Enoque, não temas”, e mostraram-me o Senhor ao longe, sentado em seu trono muito alto. Pois o que haverá no décimo céu, se o Senhor aqui habita? [3] No décimo céu está Deus, na língua hebraica ele é chamado Aravat: [4] E todas as hostes celestes viriam e ficariam nos dez degraus, de acordo com sua posição, e se curvariam ao Senhor e novamente voltariam aos seus lugares em alegria e felicidade, entoando cânticos na luz ilimitada com vozes suaves, servindo-o com glória. [Capítulo 21] De como os anjos deixaram Enoque ali no fim do sétimo céu e se foram. [1] E os querubins e serafins que estavam perto do trono, os de seis asas e muitos olhos não se afastaram da face do Senhor, fazendo sua vontade e rodeando seu trono, cantando com doces vozes diante da face do Senhor: “Santo, Santo, Santo, Senhor Soberano de Sabaoth, céus e terra estão pleitos de tua glória”. [2] Quando vi essas coisas, aqueles homens disseram-me: “Enoque, foi-nos ordenado que viajássemos até aqui contigo”, e esses homens se foram e não mais os vi. [3] E fiquei só no fim do sétimo céu e fiquei com medo e caí de face no chão e disse a mim mesmo: “Ai de mim, que será de mim?” [4] E o Senhor enviou-me um de seus gloriosos, o arcanjo Gabriel, e ele me disse: “Tem coragem, Enoque, não temas, levanta-te diante da face do Senhor na eternidade, levanta-te e vem comigo”. [5] E eu lhe respondi e disse para mim mesmo: “Meu Senhor, minha alma saiu de mim pelo terror e pelos tremores”, e chamei pelos homens que me haviam conduzido a esse lugar, eu havia confiado neles, e com eles estive diante da face do Senhor. [6] E Gabriel pegou-me como a uma folha que é apanhada pelo vento e colocou-me diante da face do Senhor. [7] E eu vi o oitavo céu, que é chamado na língua hebraica de Muzaloth, o que muda as estações, a seca e a umidade e os doze signos do zodíaco, que estão acima do sétimo céu. [8] E eu vi o nono céu, que é chamado em hebraico Kuchavim, onde estão as casas celestes dos doze signos do zodíaco. [Capítulo 22] [1] No décimo céu, Aravoth, vi como era a face do Senhor, como o ferro que arde no fogo e que, ao sair, emite faíscas e queima. [2] Assim vi a face do Senhor, mas a face do Senhor é inefável, maravilhosa e muito sublime e muito terrível. [3] E quem sou eu para falar sobre o inexprimível ser do Senhor e sua magnificente face? E não posso contar a quantidade de suas muitas instruções e várias vozes, o trono do Senhor muito grande, que não foi feito por mãos, nem a quantidade daqueles que o rodeiam, hostes de querubins e serafins nem seus cantos incessantes nem sua imutável beleza, e quem pode falar da grandiosidade de sua glória? [4] E devo inclinar-me e reverenciar o Senhor, e o Senhor com seus lábios, disse-me: [5] “Tem coragem, Enoque não temas, levanta-te diante de minha face na eternidade”. [6] O arquigeneral Miguel levantou-se e conduziu-me diante da face do Senhor. [7] E o Senhor disse aos seus servos pondo-os à prova: “Deixa que Enoque se ponha diante de minha face na eternidade”, e os gloriosos curvaram-se ante o Senhor e disseram: “Que Enoque vai segundo tua palavra”. [8] E o Senhor disse a Miguel: “Vai e despoja Enoque de suas vestes terrestres e unge com meu doce bálsamo, e veste o com os vestidos de minha glória”. [9] E Miguel assim o fez, tal qual o Senhor lhe ordenara. Ele me ungiu, vestiu-me, e o aspecto daquele bálsamo é mais que a grande luz, é como o doce orvalho e seu perfume, suave brilhante como um raio de sol e olhei para mim mesmo, e eu estava como seus gloriosos. [10] E o Senhor convocou um de seus arcanjos chamado Pravuil, mais forte em sabedoria do que qualquer outro arcanjo, que escrevera todas as obras do Senhor, e o Senhor disse a Pravuil: [11] “Traz aqueles livros de meus depósitos e uma pena de escrita rápida, e dá-os a Enoque e incumbe-o da escolha dos livros.” [Capítulo 23] De como Enoque escreveu, como ele escreveu sua maravilhosa jornada e as aparições celestiais, e ele escreveu trezentos e sessenta e seis livros. [1] E ele me falava sobre todas as obras do céu, terra e mar, e todos os elementos, suas passagens e cursos, e o tremendo ruído do trovão, o sol e a lua, os cursos e as mudanças das estrelas, das estações, anos, dias e horas, de como se formam os ventos, o número dos anjos e a formação de seus cânticos, e todas as coisas humanas, a língua de cada cântico e vida humana, os mandamentos, instruções, e os doces cânticos, e todas as coisas que são feitas para serem aprendidas. [2] E Pravuil disse-me: “Todas as coisas que te disse, temo-las por escrito. Senta-te e relaciona todas as almas da humanidade, ainda que muitas delas já tenham nascido, e os lugares preparados para elas na eternidade; pois que todas as almas são preparadas para a eternidade, antes mesmo da formação do mundo”. [3] E tudo se repetiu por trinta dias e por trinta noites, e eu escrevi todas as coisas com exatidão, e escrevi trezentos e sessenta e seis livros. [Capítulo 24] Os grandes segredos de Deus, que Deus revelou e contou a Enoque, e falou lhe face a face. [1] E o Senhor chamou-me e disse-me: “Enoque, senta-te à minha esquerda com Gabriel”. [2] E eu curvei-me diante do Senhor, e o Senhor falou-me: “Enoque, amado, tudo que vês já pronto, eu te digo que já era mesmo antes do início, pois que tudo isso eu criei do não-ser, as coisas visíveis do invisível. [3] “Ouve, Enoque, e aceita minhas palavras, pois nem a meus anjos contei meus segredos, e não lhes contei sobre seu surgimento, nem falei-lhes do meu reino infinito nem entenderam meu ato de criação, que hoje conto a ti”. [Capítulo 25] Deus conta a Enoque como de trevas tão baixas emergiram o visível e o invisível. [1] “Nas partes mais baixas, ordenei que as coisas visíveis descessem do invisível, e Adoil desceu muito grande, olhei-o e ele tinha um ventre de grande luz. [2] “E eu lhe disse: `Parte-te, Adoil, e deixa que o visível saia de ti. [3] “E ele partiu-se e uma grande luz saiu dele. E eu .estava em meio à grande luz; e como a luz se faz da luz, nasceu uma grande era, e mostrou toda a criação, que eu havia pensado em criar. [4] “E eu vi que era bom. [5] “E dispus para mim um trono e sentei-me nele, e disse para a luz: Vai mais alto e firmas-te acima do trono, sê um princípio para as coisas elevadas. [6]- “E nada há acima da luz, e aí eu me inclinei e olhei de meu trono. [Capítulo 26] Pela segunda vez Deus chama Archas, pesado e vermelho, para que ele saia do mais baixo. [1] “E eu chamei o mais baixo pela segunda vez e disse: Deixa que Archas saia com força do invisível. [2] “E Archas veio, duro, pesado e muito vermelho. [3] “E eu disse: Abre-te, Archas, e deixa nascer de ti, e ele abriu-se e uma era nasceu, muito grande e muito escura, causando a criação de todas as coisas mais vulgares, e que vi que era bom e disse-lhe: [4] ‘Vai para baixo e estabelece-te, torna-te base para as coisas vulgares’, e aconteceu que ele desceu e fixou-se e tornou-se a base para as coisas vulgares, e abaixo das trevas nada mais há. [Capítulo 27] De como Deus fez a d’água e rodeou-a de luz, e estabeleceu nela sete ilhas. [1] “E ordenei que fosse retirado da luz e das trevas, e disse: Torna-te espesso, e assim foi, e o espalhei com a luz, e ele tornou-se água, e o espalhei nas trevas, abaixo da luz, e tornei as águas sólidas. “Eu as fiz sem fundo, tendo como base a luz. E criei sete círculos a partir do interior, e tornei a água parecida com o cristal úmido e seco, igual ao vidro e formei um círculo de águas e outros elementos. E mostrei a cada um deles o seu caminho e ordenei o movimento de cada uma das sete estrelas em seu céu, e vi que isto era bom. [2] “Dividi a luz das trevas. E disse para a luz que ela seria dia e as trevas noite, e houve noite e manhã no primeiro dia. [Capítulo 28] A Semana na qual Deus mostrou a Enoque toda a sua sabedoria e poder, durante os sete dias, de como ele criou todas as forças celestiais e terrestres e todas as coisas que se movem, até chegar ao homem. [1] “Tornei então sólido o círculo celeste e ordenei às águas que estavam abaixo do céu, que se juntassem em um mesmo lugar, em um todo, e que o caos se tornasse seco, e assim se fez. [2] “Das ondas criei pedras grandes e sólidas, e da pedra juntei o árido, e chamei o árido terra, e o centro da terra chamei de abismo, ou seja, o sem fundo. Juntei os mares num mesmo lugar, e uni-os com uma cadeia. [3] “E disse ao mar: Vê, donde teus limites eternos, e tu não haverás de libertar-te de tuas partes constituintes. [4] “E assim criei depressa o firmamento. A este dia eu próprio chamei de primeiro criado.” [Capítulo 29] Depois veio a noite, e outra vez a manhã, e foi o segundo dia. A Essência Ígnea. [1] “Para todas as hostes celestes imaginei a imagem e a essência do fogo, e meu olhar olhou a pedra muito dura e, do lampejo do meu olhar, o relâmpago recebeu sua natureza maravilhosa, que é tanto fogo na água como água no fogo, a água não apaga o fogo, nem o fogo seca a água, no entanto o relâmpago é mais luminoso do que o sol, mais suave que a água e mais firme do que a pedra. [2] “E da pedra extraí um grande fogo, com o qual criei as ordens de dez hostes de anjos incorpóreos, e suas armas são de fogo e seus trajes, uma chama candente, e ordenei a cada um que se colocasse em sua posição. De como Satanás foi, com seus anjos, precipitado das alturas. [3] “E um dos anjos, tendo saído de sua hierarquia e se desviado para uma hierarquia abaixo da sua, concebeu um pensamento impossível: colocar o seu trono acima das nuvens que se encontram sobre a terra, para que seu poder se igualasse ao meu. [4] “Precipitei-o do alto com seus anjos, e ele pôs-se a voar por cima do abismo, continuamente. [Capítulo 30] “E então criei todos os céus,e assim se fez o terceiro dia”. [1] “No terceiro dia, ordenei à terra que produzisse grandes árvores frutíferas e montanhas e sementes para a semeadura, e implantei o Paraíso e cerquei-o com guardiões armados, como anjos flamejantes, e deste modo criei a renovação. [2] “E veio a noite, e da manhã se fez o quarto dia. [3] “Neste dia ordenei que se fizessem grandes luzeiros nos círculos celestes. [4] “No círculo mais elevado, coloquei a estrela Kruno, no segundo círculo coloquei Afrodite, no terceiro Áries, no quinto Zeus, no sexto Hermes, no sétimo a lua adornada com as estrelas menores. [5] “E no círculo inferior, coloquei o sol para iluminar o dia, e a lua e as estrelas para iluminar a noite. [6] “E para que o sol pudesse deslocar-se de acordo com cada animal do zodíaco, decretei a sucessão de doze meses com seus nomes e duração, seus trovões, suas marcações de tempo e sua seqüência. [7] “E da noite e da manhã se fez o quinto dia. [8] “No quinto dia, ordenei ao mar que produzisse peixes, e criei aves emplumadas de muitas espécies e todos os animais que rastejam sobre a terra, os de quatro patas que andam na terra e criei aqueles animais que levantam vôo, ambos macho e fêmea, e toda alma respirando o espírito da vida. [9] “E da noite e da manhã se fez o sexto dia. [10] “No sexto dia fiz uso da minha sabedoria para criar o homem de sete graus de densidade: um, a sua carne da terra; dois, o seu sangue do orvalho; três, os seus olhos do sol; quatro, seus ossos da pedra; cinco, a sua inteligência da vivacidade dos anjos e da nuvem; seis, suas veias e seu cabelo das plantas da terra; sete, a sua alma do meu sopro e do vento. [11] “E dei-lhe sete naturezas: a carne para a audição, os olhos para a visão, a alma para o olfato, o sangue para o tato, os ossos para a resistência, e a inteligência para a doçura e o regozijo. [12] “Formulei uma máxima adequada: criei o homem da natureza invisível e visível. De ambas provêm sua morte, sua vida e imagem, ele conhece o poder da palavra como algo criado, pequena na grandeza e grande na pequenez. E coloquei na terra um segundo anjo, nobre, grande e glorioso, e o designei como governante na terra para que tivesse a minha sabedoria. E não havia ninguém igual a ele entre todas as criaturas existentes. [13] “Dei-lhe um nome baseado nas quatro partes componentes, do leste, oeste, sul e norte, e designei-lhe quatro estrelas especiais, e o chamei pelo nome de Adão e mostrei-lhe os dois caminhos, o da luz e o das trevas, e disse-lhe: [14] “`Isto é bom e isso é mau, para saber se ele nutre amor ou ódio por mim, para saber quem dentre sua gente me ama. [15] “Pois conheço sua natureza, mas ele próprio não enxergou, portanto, por não tê-la enxergado, ele pecará mais, e eu disse: Além do pecado, que há senão a morte? [16] “Mandei-lhe um sono profundo e ele dormiu. Tirei-lhe uma das costelas, e com ela criei uma mulher para que a morte lhe viesse através desta sua mulher, e tomei sua última palavra e pus-lhe o nome de mãe de todos os viventes, ou seja, Eva. [Capítulo 31] Deus deu a Adão o Paraíso, e capacita-o a ver os céus abertos e os anjos entoando a canção da vitória. [1] “Adão irá viver na terra, e eu criei um jardim no éden, ao leste, para que ele pudesse cumprir o testamento e manter a ordem. [2] “Fiz com que os céus se abrissem diante dele para que pudesse ver os anjos cantando o hino da vitória e a luz resplandecente. [3] “Ele permaneceu no paraíso, e o demônio entendeu que eu queria criar outro mundo porque Adão era senhor na terra, para comandá-la e controlála. [4] “O demônio é o gênio do mal das regiões inferiores, como um fugitivo, ele criou Sotona a partir dos céus, por ser seu nome Satanás, por isso ele se tornou diferente dos anjos, mas a sua natureza não modificou a sua inteligência quanto ao entendimento do certo e do errado. [5] “E ele entendeu sua condenação e o pecado que cometera, por essa razão, alimentou ressentimentos contra Adão, de tal forma que entrou em seu mundo e seduziu Eva mas não atingiu Adão. [6] “Amaldiçoei a ignorância, mas o que eu havia abençoado anteriormente, isso eu não amaldiçoei, nem amaldiçoei o homem, nem a terra nem as outras criaturas, mas o fruto e as obras ruins do homem. [Capítulo 32] Depois do pecado de Adão, Deus devolve-o à terra “de onde eu o tomei, mas não pretendo destruí-lo nos anos que virão”. [1] “Disse-lhe: Tu és terra e à terra da qual te tirei, tu hás de tornar, não te destruirei mas devolver-te-ei de onde te tomei. [2] “‘Então, poderei tomar-te de volta na minha segunda vinda’. [3] “E abençoei todas as minhas criaturas, visíveis e invisíveis. E havia cinco horas e meia que Adão estava no paraíso. [4] “Abençoei o sétimo dia, o Sábado, quando descansei de todas as minhas obras. [Capítulo 33] Deus mostra a Enoque a idade deste mundo, sua existência de sete mil anos, e oito mil anos é o fim, nem anos nem meses, nem semanas, nem dias. [1] “E designei o oitavo dia como sendo o primeiro dia criado após a minha obra, e os sete primeiros como sendo ciclos de sete mil, e no início dos oito mil, estipulei um tempo incontável, infinito, não medido por anos, meses, semanas, dias, ou horas. [2] “E agora, Enoque, todas as coisas das quais te falei, tudo que entendeste, tudo que viste das coisas celestes, tudo que viste na terra e todas as coisas que escreveste neste livro pela minha grande sabedoria, todas essas coisas eu idealizei e criei do mais alto ao mais baixo, e aqui não há conselheiro ou herdeiro de minhas criações. [3] “Sou eterno e não criado por mãos e sem mudanças. [4] “Meu pensamento é meu conselheiro, minha sabedoria e minha palavra são feitas, e meus olhos observam todas as coisas como aqui são e como tremem de terror. [5] “Se viro minha face, então todas as coisas serão destruídas. [6] “Por isso usa a tua inteligência, Enoque, conhece aquele que te fala, e cuida dos livros que escreveste. [7] “Dou-te os anjos Samuil e Raguil, aqueles que te trouxeram a mim, e desce à terra, diz a teus filhos todas as coisas que te contei e tudo que viste, do céu mais baixo até o meu trono aqui em cima, e todas as hostes. [8] “Pois criei todas as forças, e nenhuma se opõe ou deixa de se submeter a mim. Todos se submetem à minha autoridade e obedecem ao meu poder, e trabalham sob meu comando. [9] “Dá-lhes os manuscritos e eles irão lê-los e saberão que sou o criador de todas as coisas, e entenderão que não há outro Deus além de mim. [10] “E deixa-os distribuir teus manuscritos, de filho para filho, de geração para geração, de raça para raça. [11] “E dar-te-ei, Enoque, meu mediador, o arquigeneral Miguel, pois os manuscritos de teus pais Adão e Seth, Enos, Caim, Mahaleleel e Jared, teu pai, não serão destruídos até o fim dos tempos. [12] “Revelei a meus anjos Drioch e Marioch como mapeei a terra e ordenei que as gerações fossem preservadas, e que os manuscritos de vossos pais fossem preservados, de forma a não perecerem no dilúvio que eu lançarei sobre os homens. [Capítulo 34] Deus condena os idólatras e fornicadores sodomitas e, por isso, faz recair sobre eles o dilúvio. [1] “Eles rejeitaram meus mandamentos e meu jugo, tornando-se, assim, sementes inúteis, não temendo a Deus, não me reverenciando, mas abaixando a cabeça a deuses vaidosos, e negaram minha unidade, e encheram a terra com mentiras, ofensas, luxúrias abomináveis, a saber, uns com os outros, e toda a sorte de sujas maldades, que seriam desagradáveis de serem nomeadas. [2] “E por essa causa farei recair sobre a terra um dilúvio e destruirei todos os homens, e toda a terra sucumbirá às trevas. [Capítulo 35] Deus deixa um justo da tribo de Enoque e toda a sua casa, porque ele fora obediente à vontade de Deus. [1] “Vê, de suas sementes levantar-se-á outra geração, muito mais para diante, mas muitos dentre eles serão insaciáveis. [2] “Aquele que criar essa geração deverá revelar aos seus esses manuscritos de seus pais, para aqueles aos quais será mostrada a custódia do mundo, aos fiéis a mim, que não usam meu nome em vão. [3] “E eles deverão contar às outras gerações, que ao lerem serão glorificadas, depois, mais que as primeiras. [Capítulo 36] Deus ordena a Enoque que viva na terra por trinta dias. para que dê aos seus filhos instruções, e aos filhos de seus filhos. Depois dos trinta dias tornará a ser levado ao céu. [1] “Agora, Enoque, dou-te o prazo de trinta dias para que o passes em tua casa, e digas aos teus filhos e aos de tua casa, que todos deverão ouvir diretamente de minha face, que não há outro Deus além de mim. [2] “E que eles deverão sempre manter meus mandamentos, e começar a ler e crer nos teus manuscritos. [3] “E depois de trinta dias, mandarei meu anjo para tirar-te da terra e de teus filhos, para que venhas a mim.” [Capítulo 37] Deus convoca um anjo. [1] E o Senhor chamou um dos anjos mais velhos, terrível e ameaçador, e colocou-o a meu lado; ele era branco como a neve, suas mãos como o gelo, assemelhava-se à geada, e ele congelou minha face, porque eu não podia agüentar o terror que sentia pelo Senhor, assim como não podia agüentar o fogo do fogão, e o calor do sol e a geada. [2] E o Senhor me disse: “Enoque, se tua face não congelar aqui, nenhum homem será capaz de olhar tua face”. [Capítulo 38] Matusalém continuou a manter sua esperança e a esperar por seu pai Enoque noite e dia ao pé de seu leito. [1] E O Senhor disse a esses homens que me haviam levado até ele: “Deixai que Enoque desça à terra convosco e esperai por ele até o dia determinado”. [2] E, à noite, eles me puseram em meu leito. [3] E Matusalém, que esperava minha volta, mantendo-se vigilante à minha cabeceira, ficou maravilhado quando me ouviu chegar, e eu lhe disse: “Que os de minha casa se reúnam, pois vou-lhes contar tudo”. [Capítulo 39] A piedosa admoestação de Enoque aos seus filhos, com lágrimas e grandes lamentos enquanto ele falava. [1] Oh meus filhos, meus amados, ouvi as admoestações de vosso pai, pois essa é a vontade do Senhor. [2] Foi-me concedido estar convosco para vos anunciar, não de meus lábios, mas dos lábios do Senhor, tudo que é e que foi e tudo que é agora, e tudo que será até o dia do julgamento. [3] Pois o Senhor permitiu que eu viesse até vós, portanto, ouvi as palavras de meus lábios, mas sou aquele que viu a face do Senhor, e como o ferro no fogo, ela lança centelhas que queimam. [4] Vós olhais meus olhos agora, os olhos de um homem que para vós é grande, mas vi os olhos do Senhor, brilhando como os raios do sol e enchendo os olhos do homem com terror. [5] Meus filhos, vós vedes a mão direita de um homem que vos auxilia, mas eu vi a mão direita do Senhor preenchendo todo o céu quando ele me ajudou. [6] Vós vedes a extensão da minha obra da mesma forma que vedes a vossa, mas eu vi a extensão ilimitada e perfeita da obra do Senhor. [7] Vós ouvis as palavras da minha boca, da mesma forma que eu ouvi as palavras do Senhor, parecendo-se a um trovão violento e incessante, como nuvens que se arremessam umas contra as outras. [8] Agora, ouvi as declarações do pai da terra. E sabeis quão temível é apresentar-se diante do governante da terra. Pensai quão terrível e impressionante é apresentar-se diante do governante do céu, o senhor dos vivos e dos mortos, e das hostes celestiais. Quem poderia suportar essa dor infinita? [Capítulo 40] Enoque admoesta seus filhos sobre todas as coisas que ouviu dos lábios do Senhor, de como ele viu e ouviu e escreveu. [1] Ouvi, agora, meus filhos, aquelas coisas que chegaram a mim pelos lábios do Senhor e o que meus olhos viram do início ao fim. [2] Eu sei de todas as coisas e escrevi sobre elas em livros referentes aos céus e seu fim, sua plenitude, seus exércitos e seus avanços. [3] Medi e descrevi as estrelas, a imensa multidão delas. [4] Que homem já viu suas revoluções e seu surgimento? Nem mesmo os anjos sabem quantas são; contudo, registrei todos os seus nomes. [5] E medi a órbita do sol, medi seus raios, contei as horas, anotei tudo quanto existe na terra, como as coisas são alimentadas, como todas as sementes produzidas pela terra são semeadas ou rejeitadas, sobre todas as plantas, cada erva e cada flor, a respeito de suas suaves fragrâncias, seus nomes, e sobre o lugar onde residem às nuvens, sua composição e suas asas e como elas produzem pingos de chuva. [6] E escrevi sobre o curso seguido pelo trovão e pelo raio, e eles me mostraram suas chaves e seus guardiões, sua origem, seu movimento. O trovão e o raio são liberados por uma cadeia de justa proporção para que uma cadeia de violência selvagem e precipitada não lance nuvens ameaçadoras e destrua todas as coisas na terra. [7] E escrevi sobre os depósitos preciosos de neve, do frio e dos ventos glaciais, e observei como o guardião das chaves de todas as estações supre as nuvens com neves e ventos mas nunca exaure as reservas. [8] E escrevi sobre os lugares de descanso dos ventos e observei e vi como os guardiões das chaves dominam balanças e medidas; primeiro, eles pesam as estações nos pratos da balança e as distribuem habilmente sobre toda a terra, para que um sopro violento não sacuda a terra. [9] E conferi as dimensões de toda a terra, de suas montanhas, colinas, campos, árvores, pedras, rios. Registrei a altura da terra até o sétimo céu e até o inferno mais abissal, o local do julgamento, o imenso e cavernoso vale das lágrimas. [10] E vi quanto padecem seus cativos, à espera do julgamento sem limites. [11] E registrei todos aqueles que foram julgados pelo juiz, todas as suas punições, e todas as suas obras. [Capítulo 41] De como Enoque lamentou o pecado de Adão. [1] E vi os antepassados de todos os tempos com Adão e Eva, e lamentei e chorei, comentando sua ruína e desonra. [2] Ai de mim pela minha fraqueza e pela de meus antepassados”, e pensei em meu coração e disse: [3] “Abençoado o homem que não nasceu, ou nasceu e não pecou diante da face do Senhor, que não veio a esse lugar, nem trouxe desgraça a esse lugar.” [Capítulo 42] De como Enoque viu os guardiões das chaves e os guardas nos portões do inferno. [1] Eu vi os guardiões das chaves e os guardas dos portões do inferno, como grandes serpentes, e suas faces como luzeiros apagados, e seus olhos como fogo, seus dentes afiados, e vi todas as obras do Senhor, como são justas, enquanto que as dos homens algumas são boas, outras ruins, e em suas obras são conhecidos os que mentem maldosamente. [Capítulo 43] Enoque mostra a seus filhos como ele mediu e escreveu os julgamentos de Deus. [1] Eu, meus filhos, medi e escrevi cada obra e cada medida e cada julgamento justo. [2] Como cada ano é mais ilustre que o outro, assim também um homem é mais ilustre que o outro, alguns por grandes posses, alguns por sabedoria no coração, alguns pelo intelecto, alguns por argúcia, um pelo silêncio de seus lábios, outro pela retidão, um pela força, outro pelo comportamento, um pela juventude, outro pela articulação rápida, um pela forma do corpo, outro pela sensibilidade, mas nenhum é melhor do que aquele que teme a Deus, pois que será mais glorioso no tempo que advirá. [Capítulo 44] Enoque instruiu seus filhos para que não injuriem qualquer homem, pequeno ou grande. [1] O Senhor tendo criado o homem com suas mãos, à sua semelhança, fêlo pequeno e grande. [2] Aquele que injuriar a face do que comanda, e odiar a face do Senhor e desprezá-la, e aquele que soltar sua raiva sobre alguém, sem ter sido injuriado, a grande raiva do Senhor o consumirá, aquele que cuspir injuriosamente na face de um homem, será condenado no grande julgamento. [3] Bendito é o homem que não dirige seu coração com maldade contra homem algum, e ajuda os injuriados e condenados, e levanta os que estão caídos, os que fazem caridade aos necessitados, porque no dia do julgamento cada peso, cada medida e cada adicional estarão como no mercado, ou seja, estarão nas balanças e ficarão no mercado, e cada um conhecerá sua própria medida, e de acordo com essa medida terá sua recompensa. [Capítulo 45] Deus mostra como ele não quer sacrifícios dos homens, nem sacrifícios pelo fogo, mas corações puros e contritos. [1] Quem se apressar para fazer oferendas diante da face do Senhor, de sua parte, também vai apressar aquela oferenda aceitando sua obra. [2] Mas aquele que aumentar sua luz diante da face do Senhor e não fizer um julgamento verdadeiro, o Senhor não aumentará seu tesouro no reino do altíssimo. [3] Quando o Senhor pede pão, ou velas, ou gado, ou qualquer outro sacrifício, isso não é nada; mas Deus pede corações puros, com isso somente quer testar o coração do homem. [Capítulo 46] De como um governante terreno não aceita do homem presentes execráveis e sujos, assim também Deus não pode aceitá-los, com maior razão, mas rejeita-os com raiva. [1] Ouvi, meu povo, e aceitai-o dos meus lábios. [2] Se alguém traz qualquer presente para um governante terreno, com pensamentos desleais em seu coração, e o governante o percebe, não ficará ele com raiva e não o porá sob julgamento? [3] Ou se um homem se faz de bom a outro pelo ardil de sua língua, porém, com a maldade no coração, será que o outro não perceberá a maldade que vem do coração, e não será ele condenado, desde que sua mentira ficou visível? [4] E quando o Senhor mandar uma grande luz, então haverá julgamento para o justo e o injusto, e aí ninguém escapará à observação. [Capítulo 47] Enoque transmite a seus filhos as instruções vindas dos lábios de Deus e lhes entrega este livro. [1] E agora, filhos, guardai bem as palavras de vosso pai, pois todas vieram dos lábios de Deus. [2] Pegai e lede estes livros escritos pelo vosso pai. [3] Através destes livros, todos aprendereis sobre todas as obras do Senhor, desde o início da criação até o fim dos tempos. [4] E se os observardes atentamente, não pecareis contra o Senhor. Não há outro igual a Deus no céu, na terra, nas regiões abissais, e nem em toda a base una. [5] O Senhor estabeleceu as bases no desconhecido e jogou para fora do céu o visível e o invisível. Ele assentou a terra sobre as águas e criou incontáveis criaturas, e quem já contou a água e as bases do que é móvel, ou o pó da terra ou a areia do mar ou as gotas da chuva ou o orvalho matutino ou os sopros do vento? Quem povoou a terra e o mar e o inverno indissolúvel? [6] Ele arrancou as estrelas do próprio fogo e decorou com elas o céu e o colocou no meio delas. [Capítulo 48] Da passagem do sol através dos sete círculos. [1] O sol percorre sete círculos celestiais, que são a designação de cento e oitenta e dois tronos, e ele desce em um dia curto e outra vez cento e oitenta e dois, e desce em um dia longo, e ele tem dois tronos nos quais ele descansa, evoluindo de cá para lá acima dos tronos dos meses, do décimo sétimo dia do mês Tsivan ele desce ao mês Thevan, do décimo sétimo do Thevan ele sobe. [3] E assim ele se aproxima da terra, e a terra se alegra e faz com que nasçam seus frutos, e quanto ele se vai, então aterra se entristece, e as árvores e os frutos não florescem. [4] Tudo isso mede em horas, com precisas medições de horas, e fixada uma medida pela sua sabedoria, do visível e do invisível. [5] Do visível ele faz todas as coisas visíveis, sendo ele mesmo invisível. [6] Por isso, deixo-vos claro, meus filhos, distribuí os livros a vossos filhos, para que passem às gerações, e entre todas as nações que têm temor a Deus, que eles os recebam, e que possam vir a amá-los mais que qualquer alimento ou doçuras terrenas, que eles os leiam e os apliquem em si mesmos. [7] E aqueles que não entenderem o Senhor, que não temerem a Deus, que não o aceitarem, mas o rejeitarem, que não receberem os livros, um terrível julgamento os aguarda. [8] Bendito o homem que suportar seus encargos e arrastá-los com eles, pois que serão aliviados no dia do grande julgamento. [Capítulo 49] De como Deus pede que sejamos humildes, que suportemos as agressões e os insultos, e que não ofendamos as viúvas e os órfãos. [1] Registrei por escrito toda obra realizada pelo homem e nenhum ser nascido na terra pode permanecer escondido e nem suas obras ocultas. Vejo todas as coisas. [3] Portanto, meus filhos, na paciência e na humildade, vivei os dias de vossa existência para que possais herdar a vida eterna. [4] Pelo amor ao Senhor, suportai toda ofensa e insulto, toda maledicência e agressão. [5] Se atos de injustiça forem cometidos em relação a vós, não retribuais ao próximo ou ao inimigo, pois o Senhor o fará por vós e será o vosso vingador no dia do grande julgamento, para que não haja ato algum de vingança entre os homens. [6] Aquele dentre vós que gastar ouro ou prata pelo amor a seu irmão receberá grandes recompensas no mundo vindouro. [7] Não injurieis as viúvas, os órfãos ou os estrangeiros, para que a ira de Deus não se abata sobre vós. [Capítulo 50] Enoque instrui seus filhos a não esconder tesouros na terra, mas pede-lhes que dêem esmolas aos pobres. [1] Estendei a mão aos pobres de acordo com vossa capacidade. [2] Não escondais vossa prata na terra. [3] Ajudai o homem fiel na sua aflição, e a aflição não vos encontrará na hora do seu infortúnio. [4] E suportai qualquer provação dolorosa e cruel que se abater sobre vós pelo amor ao Senhor, e tereis assim a vossa recompensa no dia do julgamento. [5] É bom dirigir-vos de manhã, ao meio-dia e à tarde à morada do Senhor, para a glória do vosso criador. [6] Porque todo elemento que respira o glorifica, e toda criatura visível e invisível dirige-lhe louvores. [Capítulo 51] Deus instrui seus fiéis de como eles devem louvar seu nome. [1] Bendito é o homem que abre seus lábios para louvar o Deus Sabaoth e louva o Senhor com seu coração. [2] Maldito o homem que abrir seus lábios para trazer desonra e calúnia a seu próximo, porque ele traz Deus à desonra. [3] Bendito aquele que abre seus lábios bendizendo e louvando a Deus. [4] Maldito é aquele diante do Senhor todos os dias de sua vida, que abre os lábios para amaldiçoar e abusar. [5] Bendito aquele que bendiz todas as obras do Senhor. [6] Maldito aquele que trouxer desonra à criação do Senhor. [7] Bendito aquele que olhar para baixo e levantar os que caíram. [8] Maldito aquele que espera ansioso pela destruição daquilo que não é seu. [9] Bendito aquele que mantém os princípios de seus pais, construídos com firmeza desde o começo. [10] Maldito aquele que perverte as leis de seus antepassados. [11] Bendito aquele que implanta paz e amor. [12] Maldito aquele que perturba aqueles que amam a seu próximo. [13] Bendito aquele que fala com humildade e coração a todos. [Capítulo 52] Não devemos dizer: “Nosso pai está diante de Deus, ele tomará nossa defesa no dia do julgamento”, pois que nenhum pai poderá ajudar a seu filho, nem o filho a seu pai. [1] E agora, meus filhos, não digais: “Nosso pai está diante de Deus, rezando pelos nossos pecados”, pois não há quem possa ajudar aquele que pecou. [2] Vistes como escrevi todas as obras de cada homem, antes de sua criação, tudo que é feito no meio dos homens, em todos os tempos, e ninguém pode relatar meus manuscritos, porque o Senhor vê toda a imaginação dos homens, como eles são vaidosos, como mentem em seus corações. [3] E agora, meus filhos, guardai bem todas as palavras de vosso pai, que vos fala para que não vos arrependais, dizendo: “Por que nosso pai não nos disse?” [Capítulo 53] Enoque instrui seus filhos para que passem seus livros a outros. [1] Naquele tempo, não entendendo isto, deixai que esses livros que vos deixei sejam a herança de vossa paz. [2] Dai-os a todos aqueles que os quiserem, e ensinai-os a eles, para que vejam as grandes e maravilhosas obras do Senhor. [Capítulo 54] Aqui Enoque diz aos filhos, entre lágrimas: “Meus filhos, a hora de eu voltar ao céu se aproxima: olhai, os anjos estão diante de mim. [1] Meus filhos, olhai, o dia do meu prazo chegou. [2] Pois os anjos estão diante de mim e apressam-me para que me aparte de vós; estão diante de mim aqui na terra, esperando pelo cumprimento do que lhes foi dito. [3] Assim, amanhã irei para o céu, à suprema Jerusalém, para a minha eterna herança. [4] Por isso, peço que só deis prazer diante da face do Senhor. [Capítulo 55] Matusalém pede a bênção de seu pai, e que ele possa fazer comida para que Enoque coma. [1] Respondendo a seu pai Enoque, diz Matusalém: “Que é agradável a teus olhos, pai, que possa eu fazer-te, para que abençoes nossa casa e teus filhos, e para que tua família seja glorificada por teu intermédio, para que depois disso possas apartar-te de nós, como disse o Senhor?” [2] Enoque respondeu a seu filho Matusalém e disse: “Ouve, filho, desde o dia em que o Senhor ungiu-me com o bálsamo de sua glória, para mim não há mais comida, e minh’alma não se lembra mais das alegrias terrenas, nem tampouco desejo nada que seja terreno. [Capítulo 56] Enoque pede a seu filho Matusalém que reúna todos os seus irmãos. [1] Meu filho Matusalém, reúne todos os teus irmãos e todos os de tua casa e os anciãos, que devo falar-lhes e partir, como foi planejado para mim. [2] E Matusalém apressou-se a reunir seus irmãos Regim, Riman, Uchan, Chermion, Gaidad e os anciãos, para que fossem ter com Enoque; e ele abençoou-os, dizendo: [Capítulo 57] O ensinamento de Enoque a seus filhos. [1] Ouvi-me hoje, meus filhos. [2] Naqueles dias, quando o Senhor desceu à terra por causa de Adão, e visitou todas as suas criaturas, as quais ele mesmo criou, antes de Adão, o Senhor chamou todos os animais da terra, todos os répteis, e todos os pássaros que voam no ar, e trouxe-os diante da face do nosso pai Adão. [3] E Adão deu nome a todas as coisas vivas da terra. [4] E o Senhor fê-lo o governante de tudo, e submeteu todas as coisas a ele, e os fez embotados e estúpidos, para que fossem comandados pelo homem, sujeitos e obedientes a ele. [5] Assim também o Senhor criou cada homem senhor de todas as suas possessões. [6] O Senhor não julgará uma única alma de animal por causa do homem, mas condena as almas dos homens por causa de seus animais neste mundo; pois o homem tem um lugar especial. [7] E como cada alma do homem é contada em números, da mesma forma os animais não perecerão, nem todas as almas dos animais que o Senhor criou, até o grande julgamento, e eles irão acusar o homem, se ele não cuidar bem deles. [Capítulo 58] De como o Senhor chama Enoque, e o povo resolve beijá-lo em um lugar chamado Achuzan. [1] Quando Enoque falou essas palavras para seus filhos, todas as pessoas que moravam longe e perto dali ouviram falar que o Senhor estava chamando Enoque, e decidiram ir e dar-lhe um beijo, e dois mil homens se reuniram e foram a Achuzan, onde estavam Enoque e seus filhos. [2] E os anciãos e toda a assembléia foram até lá e reverenciaram e beijaram Enoque dizendo: [3] “Nosso pai Enoque, que possas tu ser abençoado pelo Senhor, aquele que governa eternamente, e agora abençoe teus filhos e todo o povo, para que possamos ser glorificados hoje diante de tua face. [4] “Pois tu serás glorificado diante da face do Senhor para todo o sempre, desde que o Senhor te escolheu entre todos os homens na terra, e designoute para que escrevesses sobre toda a sua criação, visível e invisível, e designou-te como o redentor de todos os pecados do mundo, e aquele que ajuda os de sua casa.” [Capítulo 59] As instruções de Enoque a seus filhos. [1] E Enoque respondeu a todos dizendo: “Ouvi, meus filhos, antes de todas as criaturas terem sido criadas, o Senhor criou o visível e o invisível. [2] “E Ele criou o homem à sua imagem e semelhança, e pôs nele olhos para ver, ouvidos para ouvir, coração para refletir, e intelecto para deliberar. [3] “E o Senhor viu as obras do homem, e criou todas as suas criaturas, e dividiu o tempo, e do tempo ele fixou os anos, e dos anos os meses, e dos meses Ele fixou os dias, e dos dias os sete. [4] “E deles, designou as horas, mediu-as com exatidão, para que o homem possa refletir sobre o tempo e contar os anos, meses e horas, suas alternâncias, início e fim, e para que ele possa contar sua própria vida, desde o início até a morte, e refletir sobre seu pecado e ver se sua obra foi boa ou má; porque nenhuma obra ficará oculta diante do Senhor, e todos os homens deverão conhecer suas obras e jamais transgredir seus mandamentos, e manter meus manuscritos de geração para geração. [5] “Quando as criações visíveis e invisíveis, tais como o Senhor as criou, acabarem e cada homem for para o grande julgamento, e os tempos perecerem e os anos, por isso mesmo, não mais existirem, e nem mais os meses, os dias, as horas, pois que ficarão todos juntos e não poderão ser contados. [6] “Haverá um éon, e todos os justos que escaparem do grande julgamento do Senhor serão punidos em um grande éon, pois para os justos o grande éon começará, e viverão eternamente, e entre eles não haverá trabalho braçal, doença, humilhação, ansiedade, necessidade, violência, noite, trevas, mas sim a grande luz. [7] “E eles terão uma grande e indestrutível muralha, e um brilhante e incorruptível paraíso, pois que todas as coisas corruptíveis passarão e haverá vida eterna.” [Capítulo 60] O Senhor enviou trevas à terra, que cobriram o povo e Enoque, e ele foi levado às alturas, e a luz tornou ao céu outra vez. [1] Quando Enoque falou ao povo, o Senhor enviou as trevas para a terra, e as trevas se estabeleceram, cobrindo aqueles homens que ali se encontravam falando com Enoque, e Enoque foi levado para o céu mais elevado, onde se encontra o Senhor, que o recebeu e o colocou diante de sua face, e as trevas deixaram a terra, e a luz voltou novamente. [2] Mas o povo viu e não entendeu como Enoque foi levado para glorificar a Deus, e eles encontraram um pergaminho enrolado no qual estava escrito: “O Deus invisível”, e todos foram para casa. [Capítulo 61] [1] Enoque havia nascido no sexto dia do mês Tsivan, e viveu trezentos e sessenta e cinco anos. [2] Ele foi levado ao Céu no primeiro dia do mês Tsivan e permaneceu ali sessenta dias. [3] Ele anotou todos esses sinais de toda a criação, criada pelo Senhor, e escreveu trezentos e sessenta e seis livros, entregou-os a seus filhos e permaneceu na terra trinta dias, sendo novamente levado para o Céu no sexto dia do mês Tsivan, no dia e na hora exata em que nascera. [4] Durante sua vida, o homem vê sua própria natureza como algo velado, obscuro, e assim também o são sua concepção, nascimento e sua despedida desta vida. [5] Na mesma hora em que ele é concebido, ele nasce, naquela mesma hora também morre. [6] Matusalém e seus irmãos, todos filhos de Enoque, foram e ergueram um altar na praça chamada Achuzan, donde Enoque fora levado ao céu. [7] E todas as pessoas foram convocadas, levaram bois sacrificiais e os sacrificaram diante do Senhor. [8] Todas as pessoas, incluindo os anciãos, e toda a assembléia vieram à festa, trazendo presentes aos filhos de Enoque. [9] E deram uma grande festa, regozijando-se e festejando durante três dias, louvando a Deus que lhes havia enviado um sinal através de Enoque, que conseguira a graça perante a Deus. Todas as pessoas se regozijaram, pois que este sinal poderia ser transmitido a seus filhos, de geração para geração, e de era para a era. [10] Amém. Livro dos Segredos de Enoque  Veja também: 1) O Primeiro Livro de Adão e Eva→ 2) O Segundo Livro de Adão e Eva→ 3) O Livro de Enoque→ 4) Livro de Melquisedeque (a criação do universo)→ 6) O Evangelho de Tomé→ Aviso: Eventuais propagandas exibidas abaixo desta Barra não tem aval deste Blog Anúncios Categorias: Evangelho Palavra Que Salva Blog no WordPress.com. Voltar ao topo Anúncios

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